Ruptura: o que é, e por que evitar esse problema na sua empresa?

Ruptura: o que é, e por que evitar esse problema na sua empresa?

Vivemos um momento no qual o cliente encontra-se fortemente empoderado – com muitas opções de substituição tanto de marcas quanto de produtos. A ruptura, problema recorrente de falta de produto nas lojas/estabelecimentos, é um fator central para que ocorra a migração de um cliente para outra marca ou produto.

Exemplo: se o consumidor vai a um supermercado – local onde existem níveis altos de ruptura – e não encontra a cerveja de marca A na gôndola, provavelmente não irá esperar a reposição para comprar a cerveja A neste mesmo estabelecimento: como solução, vai comprar a cerveja B, ou então, vai comprar a bebida no supermercado B – ou pela internet, ou numa loja de conveniência, ou numa adega do seu bairro, ou num aplicativo de entrega de bebidas…

Com a pandemia, se proliferaram as compras de supermercado através de aplicativos. Por vezes, a compra é feita porque o consumidor está precisando de alguns itens em especial, e acrescenta outros para completar a compra, ou ganhar frete grátis. É frustrante (mesmo sabendo da dificuldade em realizar esse controle, com diversas compras físicas e digitais acontecendo simultaneamente) quando o supermercado manda uma mensagem dizendo que justamente aqueles itens, razão principal da compra, não estão disponíveis. Se não tem em estoque, por que colocar para venda no aplicativo?

As soluções apresentadas para sanar esses problemas envolvem cada vez mais o uso de tecnologia avançada, indicando que isso já é uma realidade. Uma ideia apresentada pela rede de supermercado Walmart foi o Bossanova: trata-se de um robô programado para fazer as conferências dos produtos nas prateleiras de seus supermercados.

A Riachuelo, marca nacional no ramo da moda, com diversas unidades de lojas espalhadas pelo país, investiu alto e adotou um sistema focado em entregar todo dia para a unidade aquilo que foi vendido no dia anterior, havendo, dessa forma, ganho de estocagem e evitando perda de vendas devido à não reposição do produto

 

EMPRESAS DO SETOR DE FERRO E AÇO

 

Ruptura de baixa fidelidade é aquela relativa aos bens que têm o comportamento de commodities, e que podem ser trocados por outros sem qualquer hesitação. Sabendo que trabalham com esse tipo de produto, e que existem concorrentes vendendo exatamente as mesmas coisas, os responsáveis pelas companhias no ramo de ferro e aço devem se atentar para que nunca falte nenhuma mercadoria. No período mais denso da pandemia, quando estava difícil conseguir comprar diversos itens devido à redução da produção nacional de aço, a ruptura certamente prejudicou as empresas que não realizaram uma preparação em termos de aumento de estoque. Seabra e Paula (2021, p. 18) afirmam que “o estoque, assim como o transporte, é um dos mais significativos itens da distribuição. Manter guardadas grandes quantidades, capazes de suprir um aumento imprevisto de demanda, pode representar lucro e, até mesmo, a sobrevivência em um momento difícil”.

Está havendo uma commoditização em relação aos produtos. No mercado de ferro e aço, onde já se trabalha com commodities propriamente ditas, se faz necessário que as organizações criem bons mecanismos empresariais de controle de estoque, que coloquem o cliente no centro de suas ações, e entendam que não há maximização de lucro sem consumidor satisfeito.